A modéstia no vestir: Uma norma de caridade

A modéstia no vestir muitas vezes vira motivo de discussão e acusação. Mas é necessário compreender que a virtude da modéstia, muito mais que “algumas normas de medidas” é, antes de tudo, uma verdadeira norma de caridade para com o próximo. Veja a reflexão que faço neste artigo sobre esse assunto.

A modéstia no vestir, não raras vezes, torna-se “palco”, ou melhor, motivo de discussão e acusação. As mulheres católicas que procuram viver de acordo com a modéstia mariana no vestir são, frequentemente, taxadas de radicais ou puritanas, e ridicularizadas. De qualquer forma, não é tão difícil compreender porque há tanta “hostilidade” e tanto “espanto” para uma decisão que rompe com a ditadura da moda sensual: a tibieza de muitos cristãos os faz covardes, mornos, preguiçosos, cegos, surdos e mudos; por isso não querem mudar de vida, por isso não mudam de vida.

É muito comum, quando defendemos a modéstia no vestir, recebermos a acusação de que estamos “impondo nossa vontade”. Jamais a defesa da modéstia cristã é uma questão de “imposição de vontade”, mas sim uma norma de caridade. Como disse o SS. Papa Pio XII em sua alocução da Cruzada pela Pureza:

Mesmo seguindo a moda, a virtude está no meio. Aquilo que Deus pede é recordar sempre que a moda não é, nem pode ser a regra suprema da conduta; que acima da moda e de suas exigências existem leis mais altas e imperiosas, princípios superiores e imutáveis, que em nenhum caso podem ser sacrificados ao talante do prazer ou do capricho, e diante dos quais o ídolo da moda deve saber inclinar a sua fugaz onipotência. […]. São aqueles princípios que Santo Tomás mostra para o ornamento feminino e recorda, quando ensina qual deve ser a ordem de nossa caridade, de nossas afeições: o bem da própria alma deve preceder o do nosso corpo, e à vantagem de nosso próprio corpo devemos preferir o bem da alma de nosso próximo. Não se vê, portanto, que há um limite que nenhuma idealizadora de modas pode fazer ultrapassar, a saber, aquele além do qual a moda se torna mãe de ruína para a alma própria e dos outros?

A perfeição de Maria Santíssima

A modéstia cristã no vestir tem por princípio imitar as virtudes de Maria Santíssima. Quem procura imitar Nossa Senhora inevitavelmente procura seguir Nosso Senhor Jesus Cristo, renunciando o mundo, o demônio e a carne, e tudo aquilo que deles provém. E as modas indecentes provêm do mundo, pelo demônio, para atingir a carne, incitando o sensualismo e a impudicícia, a malícia de pensamentos e maus comportamentos. Portanto, age muito bem a jovem, a mulher e a donzela que foge dessas modas, por vezes ridículas, que as vulgarizam e rebaixam sua dignidade de filhas de Deus, de filhas de Maria.

Muito se discute acerca das roupas adequadas para uma mulher católica e pouco se afirma ou se quer afirmar acerca do que lhe é conveniente, próprio ou não. Uma vestimenta adequada para um cristão (homens e mulheres) é uma vestimenta que guarda seu pudor e seu recato. Não pode viver a modéstia cristã no vestir a pessoa que veste trajes impudicos, impróprios e indecentes. Neste sentido, não pode e não tem como viver a modéstia no vestir a pessoa que não se propõe a imitar as virtudes e a modéstia da Virgem Santíssima; e imitar as virtudes da Nossa Senhora requer sacrifícios, especialmente de si mesmo.

Diz Jesus: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15, 13). E qual é o maior ato de caridade do que renunciar a si mesmo em favor dos outros, pelo bem de suas almas e por amor a Deus? “[…] qual deve ser a ordem de nossa caridade, de nossas afeições: o bem da própria alma deve preceder o do nosso corpo, e à vantagem de nosso próprio corpo devemos preferir o bem da alma de nosso próximo. […]” (Pio XII).

Somente seguindo os passos de nossa Mãe do Céu e seu exemplo é que conseguiremos alcançar a graça da perfeição das virtudes e a santidade da alma. A modéstia no vestir é apenas um passo rumo à santidade, mas é de passo em passo que se progride na vida espiritual e se caminha rumo ao Céu. Também a modéstia no vestir é uma norma de caridade, pois cuidar para não ser ocasião de pecado é um ato heroico, um ato de amor ao próximo, uma prova de amor a Deus.

Salve Maria Imaculada!

2 comments

  1. Olá Melissa.
    Salve Maria.

    Gostaria de uma orientação, tenho uma filha de 1ano e 6 meses, uma princesa. A promessa de Deus em minha vida. Me consagrei a Jesus Cristo pelas mãos de Maria no dia 13/05/18, e desde a minha preparação tento seguir novos caminhos. Tenho dúvidas quanto as vestes de minha filha, ela tem alguns shorts e calças que ainda uso nela, mas as vezes fico pensando se já não deveria ir moldando a modéstia nela…
    O que você acha?? Ainda é muito cedo para ela??
    Nas missas eu faço questão de levá-la de vestido, sempre abaixo dos joelhos.

    Muito obrigada.

    Grande abraço

    1. Olá, Aline!! Desculpe pela demora em respondê-la.

      Não é cedo não para sua filha! Se ela já usa vestidinhos para ir à Missa então ela já pode usar no dia a dia também. Eu penso que devemos procurar vestir nossas filhas de modo decente desde sempre. Em bebêzinha recém-nascida não existe essa necessidade de colocar somente vestidinhos, pois a condição de um bebê novinho exige cuidados com o frio e os bodyzinhos e calças ou macaquinhos são bem-vindos nessa fase para deixá-lo quentinho. Mas conforme a menina vai crescendo, é adequado que se coloque nela roupas femininas, como saias, blusinhas e vestidos decentes. No inverno pode-se usar meias-calças grossinhas de lã por baixo dos vestidinhos para aquecê-la.

      Espero ter respondido sua dúvida! Qualquer coisa, não hesite em escrever novamente.

      Um abraço! Salve Maria Imaculada!!

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